Resumo:
O rompimento da barragem de rejeitos de Fundão em 5 de novembro de 2015, cuja propriedade é da empresa Samarco Mineração S.A., entrou para a história como o maior crime socioambiental do país que se traduziu em inúmeras perdas e danos irreparáveis às populações afetadas. Uma tragédia dessa dimensão tem um grande potencial de causar diversos danos na saúde dosatingidos,principalmente nosgruposmaisvulneráveis, como éocasodos usuários de álcool e outras drogas. Esse entendimento está associado a aspectos sociais que se fazem necessários considerar para analisar os impactos do crime-desastre sobre essa população. Objetiva-se descrever o processo de organização da equipe de saúde mental que atua junto a essa população atingida, o Conviver, utilizando-se do relato de experiência, identificando as ações de cuidado e os casos acolhidos, juntamente com a Estratégia de Saúde da Família (ESF) de Bento Rodrigues e Paracatu. Além disso, é necessário compreender se há agravamento dessa condição do uso abusivo após o rompimento da barragem. Com esse relato de experiência pretende-se contribuir para a ampliação do debate da saúde mental e do cuidado com o usuário de álcool e outras drogas no entendimento da complexidade da atuação em contextos de desastres.