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A tuberculose é uma doença infectocontagiosa milenar que ainda causa impactos
significativos em vários países. Ocupando o ranking das dez principais causas de morte
mundial, é a que possui o maior índice de mortalidade entre as doenças infectocontagiosas.
Entre os grupos de maior risco para a doença está a População em Situação de Rua, na qual o
risco chega a ser 56 vezes maior quando comparado ao da população em geral. O presente
trabalho pretendeu investigar quais os fatores que interferem no desfecho do tratamento da
tuberculose na população em situação de rua. Trata-se de um estudo de revisão sistemática
de escopo, que foi organizado em cinco fases, a saber: 1) delimitação da pergunta de
pesquisa; 2) seleção de trabalhos científicos por meio de consulta online nas bases de dados
da PUBMED, BVS, EBSCO e CINHAL; 3) categorização dos estudos selecionados,
organizados de forma cronológica, demonstrando: título dos trabalhos; autores; local e ano
de publicação; classificação dos periódicos onde foram publicados, segundo a estratificação
Qualis utilizada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(CAPES); 4) análise da qualidade de evidência; 5) comparação dos dados com o
conhecimento teórico em que se apresentam os resultados encontrados e discussão. A
amostra obtida foi de 36 trabalhos, cuja análise permitiu a elaboração de quatro categorias: 1)
vulnerabilidade socioeconômica, que envolveu fatores sociais, econômicos e ambientais,
como: ausência ou precariedade no acesso à educação e renda, desemprego, falta de moradia
e precariedade do ambiente de permanência diária, fragilidades de vínculos afetivorelacionais e desigualdade de acesso a bens e serviços públicos; 2) fatores individuais do
usuário, referindo-se a fatores biológicos, como idade e sexo, e comportamentais, referentes
ao estilo de vida da população em situação de rua; 3) vulnerabilidade do contexto de saúde;
incluindo os serviços de infraestrutura – qualidade do serviço prestado, burocratização,
inacessibilidade, falta de insumos, ausência de financiamento – e fatores relacionados à
triagem, diagnóstico e tratamento; 4) fragilidade de protocolo/evidência em saúde,
abordando fatores inerentes ao campo científico e acadêmico. A partir da análise das
categorias foi possível compreender melhor o contexto de vulnerabilidade no qual a
população em situação de rua vive e os fatores que interferem para o tratamento e cura da
doença, questões essas que podem contribuir para a discussão e proposição de estratégias que
sejam eficazes para o enfrentamento da tuberculose nesse grupo. |
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