Resumo:
Nas últimas décadas, observa-se que a ascensão das Tecnologias da Informação e
Comunicação (TIC) tem ocorrido de forma rápida. Os benefícios dos novos meios de
comunicação são inegáveis, entretanto, evidências recentes têm levantado diversas
preocupações associadas aos riscos do uso em excesso e à precocidade da
exposição dos jovens a estas tecnologias. Objetivou-se: revisar a literatura científica
atual sobre o uso excessivo das TIC por adolescentes, identificar o conceito de
dependência do uso da tecnologia, discutir a vulnerabilidade dos adolescentes e
elencar as possíveis consequências e estratégias para seu enfrentamento. Foi
realizada busca bibliográfica do período de novembro de 2019 a agosto de 2020
utilizando-se dos descritores em inglês: Adolescent; “Information Technology”;
Internet; “Social Media”; “Adolescent Health” e em português: Adolescente;
“Tecnologia da Informação e Comunicação”; “Ciber Espaço”; “Mídia Social” e “Saúde
do Adolescente”, nas bases de dados MEDLINE/PUBMED, LILACS, BIREME e
Google Acadêmico, sendo incluídos artigos em inglês, português e espanhol,
publicados nos últimos cinco anos. Foram selecionados para a revisão da literatura
vinte e um estudos científicos. O termo Dependência de Internet (DI) foi identificado
como o mais utilizado para indicar a dificuldade em controlar o uso da tecnologia. A
literatura apontou que a população adolescente é muito vulnerável para dependência
e pode apresentar danos em diversas dimensões biopsicossociais. Os profissionais
da Atenção Primária à Saúde são atores importantes para implementar ações de
enfrentamento do problema, sendo a Educação Permanente em Saúde uma
estratégia fundamental para capacitá-los. Concluiu-se que é necessária a
sensibilização e conscientização dos profissionais, dos gestores e dos formuladores
de políticas públicas no reconhecimento do uso excessivo das TIC como problema de
Saúde Pública a ser enfrentado.