Resumo:
A descentralização dos testes rápidos de HIV, sífilis e hepatites B e C para a Atenção Primária
em Saúde (APS) é considerada uma estratégia importante para ampliar o acesso da população
à testagem e ao aconselhamento, apesar de gerar questões relacionadas ao sigilo das
informações, à privacidade dos usuários e ao estigma associados ao HIV/AIDS. Sabemos que
é recente a implantação do teste rápido no âmbito da APS e, por isso, há poucos estudos que
analisam e descrevem o processo de descentralização do teste rápido para as Unidades Básicas
de Saúde (UBS). No contexto do meu percurso de atuação no Serviço de Atenção
Especializada/Centro de Testagem e Aconselhamento (SAE/CTA) de Patos de Minas, Minas
Gerais, proponho neste trabalho relatar a experiência de implantação do teste rápido na APS do
município de Patos de Minas, da qual participei como profissional e depois como coordenadora
do Programa. A descrição da experiência está dividida em seis itens: i) Minha capacitação para
a realização do teste rápido; ii) Início da realização do teste rápido no SAE/CTA; iii) Interesse
de outros serviços para realização do teste rápido; iv) Descentralização do teste rápido para as
unidades da APS; v) Desafios e dificuldades no processo de descentralização do teste rápido
para as unidades da APS do município; e vi) Potencialidades do processo de descentralização
do teste rápido para as unidades da APS do município. Esperamos que este relato de experiência
contribua para a melhoria das ações diagnósticas e de cuidado no contexto de atenção às
Infecções Sexualmente Transmissíveis/HIV/AIDS.