Resumo:
Com a criação do Sistema Único de Saúde houve avanços significativos relacionados à
atenção à saúde da população, incluindo-se neste contexto as pessoas com deficiência, sendolhes
garantidas melhorias correlacionadas ao acesso aos serviços de saúde e ao tratamento.
Para esta parcela da população, é organizada uma rede de cuidados com prestação de serviços
tanto à nível da Atenção Básica e Especializada, entre outros. Na atenção especializada,
encontram-se, dentre outros serviços, os Centros de Reabilitação que atuam, no Programa de
Concessão de órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção, considerados como um
direito da pessoa com deficiência e essencial para promoção de qualidade de vida, ampliandose
as possibilidades de independência do indivíduo nas atividades pessoais, educativas, de
lazer e trabalho. Sabe-se que as pessoas com deficiência podem ter impedimentos físicos,
mental, intelectual ou sensorial que os impossibilitam de interagir com diferentes barreiras,
podendo obstruir sua participação efetiva na sociedade. No Brasil, de acordo com o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística, 7% da população apresentam algum tipo de deficiência,
inclusive relacionada à dificuldade de locomoção. A Cadeira de Rodas é considerada um
recurso de Tecnologia Assistiva que procura garantir ao usuário uma locomoção com o
máximo de independência e autonomia. Porém, para se alcançar estes objetivos, este recurso
sendo recebido, precisa atender às necessidades do usuário e ser realmente utilizado.
Considera-se que um grande problema nesta área é o abandono dos equipamentos. Estudos
apontam que cerca de 30% são abandonados pelo usuário entre o primeiro e o quinto ano de
uso, e alguns nem mesmo chegam a ser utilizados. Considerando-se que este usuário é
atendido na atenção básica e na atenção especializada, este estudo tem como objetivo criar um
espaço de discussão nos fóruns de reabilitação no SUS/BH visando o monitoramento do uso
de cadeiras de rodas concedidas aos usuários acompanhados pelo Centro de Referência em
Reabilitação leste e NASFs-AB de referência, a fim de verificar como está o uso das CR, nos
últimos 6 meses. Assim, espera-se proporcionar melhor utilização do equipamento pelo
usuário, evitar o desperdício de recurso financeiro público para a compra e concessão destes
equipamentos que podem ocorrer, caso haja o abandono do mesmo.