Resumo:
O presente artigo é o relato de experiência de um percurso que se iniciou na Unidade de Saúde
da Família Vila Militar, no município de Ipatinga, Minas Gerais, desde o levantamento de dados
sobre o acolhimento e o tratamento dispensado aos usuários de álcool e outras drogas na
Unidade, até outros pontos da Rede Municipal de Saúde. A experiência permitiu um diagnóstico
que abrangeu o sistema de informações em saúde do município, e possibilitou a identificação
de algumas atitudes e posturas profissionais adotadas no trato com esses usuários e os
referenciais que as fundamentam. Desse modo, a formação e a prática do profissional de saúde,
depende do acesso ao sistema de informação, sua implicação na organização do trabalho da
rede municipal de saúde, de acordo com a Política Nacional de Saúde Mental e Saúde Coletiva.
Especificamente, no que diz respeito à política de álcool e outras drogas, identificaram-se
alguns obstáculos na aplicação das diretrizes políticas da saúde mental e constatou-se a falta de
uma base de dados confiável para avaliação e execução de projetos, além da dificuldade de
formar cuidadores com tolerância e até mesmo despertar neles o interesse em trabalhar com o
sofrimento de usuários abusivos de álcool e outras drogas. Conclui-se que o investimento na
Educação Permanente em Saúde no ambiente de trabalho ou no serviço possibilita mudanças
no discurso e na posição do trabalhador, além de estabelecer-se como condição necessária para
a invenção de uma Rede de serviços para usuários em situação de uso abusivo de álcool e outras
drogas.